As Origens (1999)
A Água de Mali criou-se num contexto empresarial de produção de blocos. Neste momento estava instalado em Kumbeza uma mercearia que servia toda a população de Kumbeza e bairros circunvizinhos, uma vez que era a única que tinha produtos frescos e congelados através de congeladores a gás. Ao mesmo tempo estava lá montado um estaleiro que fornecia material de construção.
O Primeiro Furo (1999)
Para satisfazer a necessidade de produção de blocos, teve-se de recorrer a um furo de abastecimento de água. Sem corrente elétrica na altura, foi instalado um furo manual em 1999, para abastecimento de água na zona de Kumbeza. Este furo, para além de satisfazer as necessidades de produção de blocos, foi sendo usado pelos vizinhos numa iniciativa social do empresário Nelson Cumaio, sem nenhuma cobrança.
Expansão da Rede Elétrica
Mais tarde, com a expansão da rede de energia elétrica, recorreu-se a uma bomba elétrica, criando desse modo um sistema de abastecimento de água mais robusto, porém com visão às necessidades da produção de blocos, mas os vizinhos continuavam a se beneficiar. Diante desse cenário onde os moradores de Kumbeza já podiam ter energia elétrica nas suas residências, aproximaram o interesse pelo serviço de abastecimento de água. Essa iniciativa foi da Sra. Isabel e do Sr. Sitoe.
Expansão para Santa Isabel Mali (2009)
Foi através desta exposição onde de forma arcaica, sem licença ainda, e não como empresa, visto apenas como uma atividade extra, iniciou-se a canalização para o abastecimento de água em moradores de Kumbeza. Já em 2009 foi feito um investimento maior do serviço de abastecimento na Santa Isabel Mali, onde a visão era clara de pegar uma área grande e desenvolver a rede de abastecimento de água. De frisar que diferentemente de Kumbeza na Mali, não havia se instalado a rede elétrica, desse modo houve necessidade de grandes investimentos em fontes alternativas de energia como geradores.
Expansão Territorial
Inicialmente a água saía para abastecimento, mas com o crescimento da população houve necessidade de se expandir para Mali Boquisso. O sistema instalado era baseado em gerador, pois ainda não tínhamos a corrente elétrica. Seguimos para zona de Novo Bairro onde foram reasentados moradores das salinas em Matola, com a mesma fonte de energia. O gerador foi instalado também em Mboguelene, área que pertence ao distrito de Moamba, e por fim em Livinga, vulgo Xipassane. Tempo depois, com a expansão das energias renováveis, começamos a optar por ter sistemas multivoicos para reduzir os custos operacionais.
Jangamo e Massavane (2011-2013)
O serviço de abastecimento em Jangamo foi instituído na perspectiva de gerar fundos para impulsionar o desenvolvimento do projeto de hotelaria que havia se instalado neste distrito, evitando tirar dinheiro de Maputo para investir em Inhambane. Foi em 2011 quando chegamos em Massavane. As pessoas não tinham água nem casas de alvenaria. Demos água e começamos a vender cimento às pessoas. Inicialmente tiravam água em meios convencionais (latas, burros), de seguida foram instalados sistemas de abastecimento nas casas, e ninguém continuou a tirar água de forma artesanal. Com o desenvolvimento da população de Massavane, o distrito de Jangamo não tinha água e o governo distrital de Jangamo solicitou os nossos serviços, pois a rede pública de abastecimento não estava funcionando. Desse modo foi instalado na vila de Jangamo em 2013, e passamos a fornecer água até aos serviços de estado, além da população.
Consolidação Empresarial (2014-2023)
Em 2014 institui-se a Água de Mali como uma sociedade, com uma visão de fazer uma empresa dedicada ao abastecimento de água. De referir que em Kumbeza já tínhamos a licença de abastecimento mas sob a empresa de material de construção. Com a visão de fazer a empresa crescer, em 2022-23 decidiu-se unir todas as atividades de abastecimento de água. Para o distrito de Boane a visão foi outra. Em 2000, através de um convite de parceria através de fornecedor amigo, com dificuldades de expansão da rede em Txonissa, começamos a trabalhar e foi instalado o sistema que fornece água em Mavoco. Mais tarde, no ano 2021, o município de Boane vendo o nosso esforço, convidou-nos para melhorar o sistema de abastecimento público de água que haviam sido instalados por uma ONG. Foi desse modo que investimos numa zona sem corrente elétrica.
Igualdade de Género - "Todos devem ter oportunidade"
Para materialização dessa ideia tem sido a criação de oportunidade para todos. Trata-se de uma visão baseada em experiência pessoal do diretor geral, que teve de iniciar trabalho muito cedo, sem nenhuma experiência, apenas com conhecimento técnico, onde a entrega gera sempre bons resultados. Nossa prioridade são jovens inexperientes, mas sem exclusão do género, dando oportunidade para aqueles que se dedicam. Nos resultados atuais temos profissionais que iniciaram sua carreira profissional e hoje olham a Água de Mali como uma academia de formação. Por conta disso, de parceria com diversos centros de formação através da Swisscontact, tornando dia pós dia a ideia de oportunidades iguais.
